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quarta-feira, 31 de março de 2010

A TI



Liberdade


Ai que prazer

não ter um dever,

ter um livro para ler

e não o fazer!

ler é maçada,

estudar é nada.

o sol doira

sem literatura.


O rio corre, bem ou mal,

sem edição original.

e a brisa, essa

de tão naturalmente matinal,

Como tem o tempo não tem pressa....


Livros são papeis pintados a tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta

A distinção entre nada e coisa nenhuma.


Quanto é melhor, quando há bruma,

esperar por D. sebastião,

quer venha ou não!


Grande é a poesia, a bondade e as danças...

mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca

só quando em vez de criar, seca.


O mais do que isto

é Jesus Cristo,

que não sabia nada de finanças

Nem consta que tivesse biblioteca.


Seara Nova (1937)

!sentimento!


Tenho tanto sentimento

que é frequente persuadir-me

de que sou sentimental,

mas reconheço, ao medir-me,

que tudo isso é pensamento,

que não senti afinal.


Temos, todos que vivemos,

uma vida que é vivida

e outra vida que é pensada,

e a vida que temos

é essa que é dividida

entre a verdadeira e a errada.


qual porém é verdadeira

e qual errada, ninguém

nos saberá explicar;

e vivemos de maneira

que a vida que a gente tem

é a que tem que pensar.


Fernando Pessoa

terça-feira, 30 de março de 2010


É estranho!....apesar de tanta coisa ser passado, apesar do time ser diferente, Olho-te agora, neste exacto momento, hoje, observo-te , mesmo à minha frente, e acho-te bela.

Como és bela, música! Como consegues levar-me para além das portas desenhadas pelos homens? És um sorriso permanente num rosto marcado pelo tempo. És aquela frequência que nos deixa ser nós próprios; contigo, sentirmos as coisas. Se bem que também traga a silêncio. tão belo e tão necessário...

JV

Momento....


Quando pensei neste post, tinha em mente um poema de FP, mas como não o encontrei na íntegra, optei por esta reflexão, igualmente, merecedora de ser escrita enquando se ouve "Don´t Fade Away DeadCanDance.

"loucura?!- Mas afinal o que vem ser a loucura?... Um Enigma...Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, imcompreensivas, se dá o nome de loucos...

Que a loucura , no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho e aquilo é branco, unicamente porque se determinou chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. A maior parte dos homens adoptou um sistema determinado de convenções: É a gente de juízo ......

Pelo contrário, um número reduzido de indivíduos vê os objectos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de um modo diverso. Como estão em minoria....são doidos....

Se de um dia porém a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse superior e o género da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser os juízados. Na terra dos cegos, quem tem olho é rei, lá diz o adágio...... na terrra dos doidos, quem tem juízo é doido, concluo eu.


O meu amigo não pensava como toda a gente....Eu não o compreendia: chamava-lhe doido.



Eis tudo.



(Mário de Sá Carneiro, in Loucura)

segunda-feira, 29 de março de 2010

"jorge palma!"

Acordei da mesma forma que dormeci: pensando. Pensando no teu rosto, no teu sorriso, em ti.....

Poderia nada dizer sobre o assunto, poderia, apenas, ficar pelo pensamento; mas não, preciso que saibas que muito ficou por dizer, que muitos assuntos ficaram por abordar, que foi muito pouco o tempo que passei contigo. Fazes-me lembrar Jorge Palma, pelo simples facto de gostar muito dele, por admirá-lo, por......mas o teu verdadeiro nome não será referido.

um dia passou e já Tenho Saudades tuas.........

a ti V:

após 5 anos, apareceste e conquistaste-me! Se a distância te assusta, eu não o temo, pelo simples facto de existires. (....)

domingo, 28 de março de 2010

cena II

Sou a escritora do momento, caso contrário, as palavras não têm o sabor ideal.....
Tenho consciência que só os que me acompanham é que percebem o que é dito e assim quero que continue.
Amei o o segundo o dia pela cidade nortenha, pelos reencontros, pela cumplicidade, pelas pessoas. Mas faltou aquele sabor carcterístico da fruta apanhada fresca na noite anterior, algo tinha mudado....nós sabemos o que mudou. Nenhum de nós estava à espera de nada. fomos movidos pela curiosidade, mas essa curiosidade perdeu a brilhante cor inicial e deu lugar ao cinzento indefinido, ao receio........
Até então era o desconhecido, hoje tornaste-te no desejado....

Breve passagem pelo Porto




Após alguma falta de diálogo, eis-me caída na cidade nortenha sem conhecer a pessoa que me iria buscar. Imginei-a de tantas formas e feitios que, quanda a vi, sabia que era aquela. Ali estava à minha espera, e eu nem saber muito bem como lidar com a situação.



Claro que não seria eu, se não enveredasse por este tipo de aventuras, sempre, com truques na manga para quando as coisas correm menos bem. Mais uma vez, não precisei de recorrer ao plano b ou c......



Após um jantar num espaço recatado, ma agradável levou-me a passear pela tão característica baixa portuense. Amei. Era como se estivesse num país estrangeiro a vaguear pelas ruas olhando a paisagem. Rua abaixo, rua acima, escadaria abaixo, escadaria acima fomos a um bar pequeno que a avaliar pelo nome deveria ser enorme e luxuoso. Não, era pequenino e acima de tudo acolhedor, com uma "banda de garagem" feminina a encantar a noite e os poucos transuentes que por alí estavam. Adorei o espaço, as pessoas e a meu guia, claro está. Com tudo o que caracteriza a gente da terra, a sua simplicidade conquistou-me. Melhor dizendo, foi-me conquistando devagarinho. Assim resume-se uma noite na ribeirinha.