Domingo...

....é uma palavra estranha, domingo! nem é semana nem é fim de semana. é o elo de ligação, de transição. 11 de abril fica registado na minha mente para sempre. Mais uma pedra que tenho de partir, mesmo que isso implique alguma dor; mas caso contrário de nada serviria, não teria apredido nada.

após algum exercício físico termino o domingo dentro de uma banheira de água quente a tentar arrumar as ideias. sim, a minha cabeça anda de tal forma que nem eu sei bem para que lado me virar. Estes dias são mesmo necessários e tenho de chegar a conclusões concretas e definitivas. Estou cansada de tanta oscilação temperamental. Este ano não tenho feito nada de útil a não ser olhar-me ao espelho ou pelo menos tentado.

« viajo contigo pelo espaço inexistente,

as ondas do mar estão indefinidas,

os ventos brandos,

o céu de um azul incolor altera-se vastamente,

como se estivesses de partidas.

os campos estendem-se pela vastidão do horizonte,

onde moram os deuses celestiais, no monte.

Outrora a clareza, hoje a confusão,

dias infinitos amontuam-se na sua vastidão,

Longos ou curtos não se fazem sentir.

saltitando de galho em galho, os pássaros agrupam-se,

uns cantarolam, outros passeiam-se

nos dias soalheiros de primavera.

vem como sempre viera,

aproveitando a estação.

Olhar-te-ia agora de olhar fixo e prolongado,

tão lentamente te beijava nos laivos da razão,

porque ontem tresloucado,

hoje seguido pelo coração.

Tantos olhares se lançam,

continuamente evitados

quando se cansam

no tempo escaceado.

o fruto nasce sem rosto

para se tornar numa maçã

vermelho roxo

cujo sangue escorrega.

(...)»

D.D.